sábado, 29 de novembro de 2008

Eros, o último que morre


Por Roberto Dupré


Lá, em Kathmandu, no topo do mundo, onde se vê o mais alto e o mais profundo, vivem apenas dua espécies de aves: as multicoloridas esperanças e os frágeis pálidos sonhos. As esperanças se alimentam dos sonhos, cujas plumas entopem os córregos congelados e as geleiras em formação. Quando não há o que comer, as esperanças voam para as planícies e nos quartos improváveis dos bairros invisíveis, nos fazem acreditar que todas as coisas são possíveis. Até mesmo ter Você. E, quando fenecem, tudo o que resta são pequenos sofreres e dores imensas.
Da janela do monastério, lá em Kathmandu, um monge cansado e sem paciência sorri um último sorriso.

Um comentário:

Karen Kipnis disse...

Querido Roberto: amei o texto!

Mais ainda quando soube que se inspirou nos ' Girassóis' da Bruna Nehring....

Enviarei os textos dos participantes da oficina para que faça uma edição bem bacana, ok?