Sempre que via um homem oriental ficava extasiado. Filho mais velho de uma família conservadora, desde pequeno escondi meus verdadeiros desejos. Cresci e até namorei algumas meninas, mas no refúgio do meu quarto, quando batia uma punheta... Era nos rostos arredondados e de olhinhos puxados que eu pensava. Esse desejo ficou latente em mim até os vinte anos. Estava no último ano de gastronomia e havia conseguido um estágio num ótimo restaurante de comida japonesa na região do Itaim. Isso me daria muitos pontos na tese conclusão de curso. O chefe de cozinha era sushiman muito bem conceituado no meio gastronômico. Mas ao vê-lo só pensava como seria aquele monumento sem kimono, pois era um belo oriental, 35 anos, solteiro, cabelo todo espetadinho levemente desestruturado, o corpo malhado com músculos bem distribuídos em seus 1,75m, olhinhos puxados e um sorriso maroto emoldurado por um cavanhaque que o deixava com ar de safado, além de tudo isso, era extrovertido e bem falante, eu pagava o maior pau por ele. As semanas seguiam e eu só na vontade. Até que numa madrugada o japa me escalou para ficarmos depois do expediente e montarmos um menu especial, logo de cara gostei da idéia. O novo cardápio foi um sucesso! A partir de então, tornei-me seu pupilo preferido, passei a acompanhá-lo a eventos em hotéis e convenções e saíamos para batermos uma bolinha com o pessoal do restaurante nos dias de folga. Um dia, ele apareceu com uma gata, disse que era sua nova transa. Fiquei roxo de ciúme, mas me segurei. Para me provocar, ele me contava tudo. Falava como ela o beijava, as posições que eles faziam na cama e até o modo como ela gemia na hora do rala e rola. Pensei em desistir daquele japinha. Mas novamente ficamos no restaurante depois do horário. Naquela madrugada, o japonês testou alguns pratos a base de saquê. Saquê vai, saquê vem e o japa ficou doidão. Foi minha chance, me ofereci para levá-lo embora. Ao entrarmos no apartamento, deitei o japa na cama, tirei-lhe os sapatos e as meias, que pés maravilhosos, com cuidado afrouxei o colarinho, desabotoei o avental. Ele não tinha muitos pêlos. Não agüentei e habilmente desvencilhei o cinto e abaixei as calças dele. Ele estava com uma cueca vermelha modelo boxer. Que delícia! Decidi fazer o teste do bafômetro e cai de boca não rashi do japa. Ele começou a balbuciar: “Caralho, que boca gulosa e safada... Isso, mama!” De repente o japinha me segurou com força pelos cabelos e empurrou minha cabeça para junto do seu saco. Era minha primeira chupeta! Engoli e suguei aquela trolha oriental com gosto. Ele ergueu as pernas e exibiu o anelzinho nipônico cheio de pregas. Logo passei minha língua ao redor daquele cuzinho depilado, mordi a bundinha do japonês, dei umas palmadinhas de leve. Ele gemeu e me pediu que fizesse um fio terra, introduzi meu anelar naquele Monte Fuji suculento. O japa se contorceu de prazer e exigiu que eu o comesse. Minha casseta estava dura feita uma verga. Só tive tempo de sacar um pacotinho de camisinhas, encapar meu tempurá e lambuzar o sushizinho dele com gel lubrificante. O japinha ficou na posição de frango assado e eu soquei com força. “Me fode seu puto! Arromba esse cu que tá com fome de pica!” Ele gemia feito uma gueixa louca. Começamos um vaivém alucinante. Estávamos tão empolgados que chegamos à velocidade cinco. Nossa respiração passou a ser uma só e aquilo me dava mais tesão para beijá-lo loucamente. Comi o japa em várias posições possíveis e imagináveis até gozar na cara dele. O japa bateu uma punheta e ejaculou em cima de mim. Exaustos, ficamos por algum tempo abraçados nus, lambuzados de suor e porra.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Sushiman ao molho branco
Sempre que via um homem oriental ficava extasiado. Filho mais velho de uma família conservadora, desde pequeno escondi meus verdadeiros desejos. Cresci e até namorei algumas meninas, mas no refúgio do meu quarto, quando batia uma punheta... Era nos rostos arredondados e de olhinhos puxados que eu pensava. Esse desejo ficou latente em mim até os vinte anos. Estava no último ano de gastronomia e havia conseguido um estágio num ótimo restaurante de comida japonesa na região do Itaim. Isso me daria muitos pontos na tese conclusão de curso. O chefe de cozinha era sushiman muito bem conceituado no meio gastronômico. Mas ao vê-lo só pensava como seria aquele monumento sem kimono, pois era um belo oriental, 35 anos, solteiro, cabelo todo espetadinho levemente desestruturado, o corpo malhado com músculos bem distribuídos em seus 1,75m, olhinhos puxados e um sorriso maroto emoldurado por um cavanhaque que o deixava com ar de safado, além de tudo isso, era extrovertido e bem falante, eu pagava o maior pau por ele. As semanas seguiam e eu só na vontade. Até que numa madrugada o japa me escalou para ficarmos depois do expediente e montarmos um menu especial, logo de cara gostei da idéia. O novo cardápio foi um sucesso! A partir de então, tornei-me seu pupilo preferido, passei a acompanhá-lo a eventos em hotéis e convenções e saíamos para batermos uma bolinha com o pessoal do restaurante nos dias de folga. Um dia, ele apareceu com uma gata, disse que era sua nova transa. Fiquei roxo de ciúme, mas me segurei. Para me provocar, ele me contava tudo. Falava como ela o beijava, as posições que eles faziam na cama e até o modo como ela gemia na hora do rala e rola. Pensei em desistir daquele japinha. Mas novamente ficamos no restaurante depois do horário. Naquela madrugada, o japonês testou alguns pratos a base de saquê. Saquê vai, saquê vem e o japa ficou doidão. Foi minha chance, me ofereci para levá-lo embora. Ao entrarmos no apartamento, deitei o japa na cama, tirei-lhe os sapatos e as meias, que pés maravilhosos, com cuidado afrouxei o colarinho, desabotoei o avental. Ele não tinha muitos pêlos. Não agüentei e habilmente desvencilhei o cinto e abaixei as calças dele. Ele estava com uma cueca vermelha modelo boxer. Que delícia! Decidi fazer o teste do bafômetro e cai de boca não rashi do japa. Ele começou a balbuciar: “Caralho, que boca gulosa e safada... Isso, mama!” De repente o japinha me segurou com força pelos cabelos e empurrou minha cabeça para junto do seu saco. Era minha primeira chupeta! Engoli e suguei aquela trolha oriental com gosto. Ele ergueu as pernas e exibiu o anelzinho nipônico cheio de pregas. Logo passei minha língua ao redor daquele cuzinho depilado, mordi a bundinha do japonês, dei umas palmadinhas de leve. Ele gemeu e me pediu que fizesse um fio terra, introduzi meu anelar naquele Monte Fuji suculento. O japa se contorceu de prazer e exigiu que eu o comesse. Minha casseta estava dura feita uma verga. Só tive tempo de sacar um pacotinho de camisinhas, encapar meu tempurá e lambuzar o sushizinho dele com gel lubrificante. O japinha ficou na posição de frango assado e eu soquei com força. “Me fode seu puto! Arromba esse cu que tá com fome de pica!” Ele gemia feito uma gueixa louca. Começamos um vaivém alucinante. Estávamos tão empolgados que chegamos à velocidade cinco. Nossa respiração passou a ser uma só e aquilo me dava mais tesão para beijá-lo loucamente. Comi o japa em várias posições possíveis e imagináveis até gozar na cara dele. O japa bateu uma punheta e ejaculou em cima de mim. Exaustos, ficamos por algum tempo abraçados nus, lambuzados de suor e porra.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Lupanar
A lista é a seguinte: cona: vulva; peta: mentira; endefluxar-se: constirpar-se; pívia: masturbação masculina; manitó (manitu): entre os índios alonquinos dos EUA, energia vital, imanente a homens, animais, plantas, fenômenos da natureza; triaga (teriaga): medicamento caseiro, antídoto contra veneno; inúbia: tipo de trompeta de guerra dos índios tupi-guaranis; boré (toré): trompeta; marzapo: pênis; crica: vulva.
O BANQUETE ESTRANHO
por Carmina Joana
- Olha, sua peta está aparecendo!
Enrubesci e pensei cá com os meus botões:
- Tinha que ser ele para usar essa linguagem pívia.
Afugentei os pensamentos chulos e fui juntar-me ao grupo. Parecia estar havendo uma discussão acalorada. Lizandra era a mais exaltada. Não é para menos, eita mulherzinha crica! Achei um lugar bem ao lado da Lia - meu amor não declarado - que conversava com Cláudio. Que olhos, que lábios, que maravilha seria endefluxar-se naquele olhar. Sem perceber, foram chegando os pratos daquela culinária exótica e multicultural. Disseram que era teriaga ao molho toré. Carlos, o engraçadinho, propôs:
- O primeiro a provar é o Miguel, que tem o paladar refinado, assim como o seu linguajar!
Lia voltou-se para mim e sorriu.
Desajeitadamente, experimentei o prato principal.
Senti uma ardência, um calor, um fogo na garganta e por fim, desavergonhadamente, pus a cona para fora.
Lágrimas escorreram de dor e de vergonha. Lia me abraçou. Inúbia e bela, beijou-me e assim, permaneci em seus braços.
Terminamos a noite degustando um bom mazarpo.
Mas, inúbia e crica que era, não conseguia tirar da cabeça a peta que levaria por conta do que havia feito com o Marzapo.
Agora sim é que o Marzapo iria contar para todo mundo, como de fato contou, que ela era a maior teriaga, toré que havia pisado a terra desde que o homem caminha sobre duas pernas.
Segunda proposta
“De todas as aberrações sexuais, a castidade
é a mais estranha.” Anatole France (1844-1924)
Basta o som da palavra erotismo para que a maioria das pessoas sinta-se agredida por algo quase obsceno. Parece difícil separar “erotismo” de “pornografia” quando na realidade há um mar entre os dois termos.
Entendo muito bem certas hesitações em abordar o assunto erotismo como um tabu, como algo sujo e inconfessável. Para mim, o erotismo, além das definições lacônicas dos dicionários, é a exaltação do ato sexual, evolução natural do amor sentimental para o amor carnal. O amor romântico não morre com o nascer do erotismo entre duas pessoas, pelo contrário: o erotismo alimenta e rejuvenesce o amor romântico, visto que, da criação erótica na relação sexual, renascem as vibrações que fazem com que as pessoas reencontrem seus parceiros, diminuindo a distância das horas de separação, voltando a reconhecer-se pelo amor, pelo contato e pelo desejo que os afazeres, os problemas, as dificuldades diárias extenuaram no cansaço e na mesmice; isso no que se refere a relações íntimas.
Há porém o erotismo empregado de forma visual, com a finalidade precípua de levar as pessoas para ele. São as imagens, os versos, as palavras, os sons, que são levados a público para descrever e ilustrar o erotismo. Uma pintura ou escultura de um nu não é suficiente para levar a pessoa à sensualidade. Ela deve ter algo mais, um requinte de técnica, uma posição especial, um detalhe mais em evidência, uma intenção no olhar; por exemplo: Goya pintou duas mulheres aparentemente estáticas, porém, subjetivamente, percebe-se muita sensualidade entre as duas, sugerindo uma relação lésbica. Ao mesmo tempo, tais obras devem revelar a capacidade de quem as fez de transmitir algo belo e construtivo, algo quase acima do terrestre, algo mais sublime do que a definição etimológica daquilo que foi criado. Essa imagem, com essas características e com essas intenções, se transforma numa mensagem que conta - e inspira - uma estória. Ela revela a alma de quem a compôs ou de quem foi retratado ou do povo de onde surgiu. É a criação artística em volta de um sujeito.
Existe na mitologia grego-romana a divindade Priapo-Fallo (deus do sexo), de semblante feio, que, representado numa escultura do primeiro século a.C., ostenta um pênis de grande desproporção pela sua pequena estatura; em exposição num museu, terá exercido sua função artístico-educativa. Uma reprodução do mesmo nos salões de um evento ligado, por exemplo, à divulgação de um novo contraceptivo, vai adquirir um efeito erótico, forma de lembrar aos freqüentadores o quanto é importante usar o produto promovido. Já decorando a entrada de um bordel, sua intenção será evidentemente pornográfica, fora de qualquer contexto, mera obscenidade.
Recentemente, escrevi a receita de um drinque para um amigo que, em breve, receberia para jantar uma mulher de seu interesse. “KIR-ROYAL”, um drinque a ser servido como aperitivo OU na sobremesa, dispensando o café. Muito simples, simples demais.
Visto que eu estava, junto com a receita, desejando-lhe sucesso na conquista, quis dar um ar mais romântico, mais sensual, num texto um pouco mais longo do que uma simples receita de dois ingredientes e sugerir nas entrelinhas quão erótica poderia tornar-se a ceia. Transformei a receita original nisto:
Querido amigo,
Agora (atenção ao gestual, carinhoso, misterioso, sensual...) abra a garrafa de champanhe (brut, por favor... É mais caro, mas coloca você num nível de privilégio e ela, num pedestal...) e aguarde alguns segundos, para que a espuma se dissipe, e encha o restante dos copos. Escolha um fundo musical: algo imortal da bossa nova, por exemplo. Saiam da mesa, copos e garrafa na mão, e acomodem-se num sofá macio e acolhedor. Uma dica final de alguém que já foi brindada com isso (com resultado inesquecível...): reze para que ela tenha chegado calçada com lindos escarpins e faça os brindes seguintes utilizando-os no lugar das taças. Atenção: não é fácil beber de um sapato, mas, afinal, quando isso estiver acontecendo, não haverá como estragar a roupa de ninguém.
Tudo isso por que o erotismo é freqüentemente ligado à bebida e, mais ainda, à boa comida: um estômago mais do que satisfeito solicita aos demais sentidos a urgência de satisfações ulteriores.
Nos anos sessenta, lembro de uma cena do filme Tom Jones em que a já cinqüentona Angela Lansbury estava sentada à mesa rústica de uma taberna - coisa de aventuras e espadachins – estraçalhando peles e carnes de frangos e carneiros: gordura descendo pelo queixo, língua catando resíduos em volta dos lábios, dedos ensebados esfregando o decote entre seios suados. E seus olhos despindo furiosamente a farta camisa branca do jovem à sua frente, que, no mesmo frenesi, também deglutia a comida, arrancando a dentadas até a cartilagem dos ossos. O erotismo da glutonaria era tão forte que não foi necessário acompanhar a corrida dos dois para a cama.
Pornografia? Para isso deveriam ter estado os dois, já nus, comendo e comendo-se na mesa, num ritmo de toques e de frases que se entredevorassem e se repetissem entre si. Então, todas as fases anteriores da película, tão elegante e classuda, apesar do argumento, estariam obliteradas, e as cenas seguintes, jogadas à vulgaridade. Se cenas assim fossem a constante do filme, não seria mais nem pornografia, mas obscenidade, que – parece-me - é a pornografia acrescida do mau gosto.
E o que dizer de O último tango em Paris - se não me engano, do Bernardo Bertolucci, -, cujas cenas de sexo com preliminares de prática discutível não conseguiram ser nem pornográficas nem obscenas. A habilidade do diretor enquadrou no personagem (um Marlon Brando silenciosamente dilacerado pelo remorso) a transformação de sua culpa em luxúria desenfreada, perante uma parceira (aquela Marie Schneider, de grandes atuações e pouquíssimos filmes) vagante entre a incredulidade da situação e a esperança de um orgasmo inesperado.
Nos anos 70, mais precisamente em 1973, uma produção ítalo-francesa, intitulada La grande bouffe (A comilança), chegou aos cinemas europeus com grande escarcéu, sem proibições, sem censuras, arrebatando o grande Prêmio da Crítica Internacional. Tudo isso pela habilidade artística dos roteiristas Marco Ferrero e Raffaele Ascona . Dirigido por Ferrero (Ah! Esses italianos...), o filme contava a determinação de quatro homens a matarem-se de tanto comer.
Interpretados por atores do calibre de Marcello Mastroianni, Ugo Tognazzi, Philipe Noiret e Michel Piccoli, os personagens – cada um com suas frustrações, que os levaram a tamanha decisão - transmitiram sem excessos nem vulgaridade as ansiedades emocionais e culinárias de cada um. Era de ansiedades que se tratava e não de mera fome. Numa grande mansão, num ambiente de grande cozinha e seus apetrechos, entre uma daquelas enormes geladeiras de madeira com janelão de vidro dos açougues e fogões de mil bocas a gás e a lenha, sabores e aromas pareciam invadir a sala do cinema. Entre as mesas dos jardins e dos dormitórios - onde também transitavam prostitutas, embora não houvesse nenhuma cena de sexo esplícito -, os pratos exalavam sensualidade. Nem a presença de uma Andréa Ferreol, atriz de opulência “junônica”, conseguiu dar ao conjunto uma conotação pornográfica. Tudo foi erotismo e sensualidade: na tela. A platéia: à flor da pele.
Saí do cinema, quase correndo naquela avenida desconhecida, à procura de uma farmácia: queria um alka-selzer a qualquer preço. Eliminada sua efervescência por boca e nariz, continuei em disparada na direção ao Hotel em que estávamos hospedados e onde deveria encontrar meu marido, após sua reunião de negócios. Desejei ardentemente que ele já estivesse lá. Estava. Ardentemente foi o termo certo.
A pornografia pode estar presente em um filme (de gosto duvidoso?), em uma obra literária (podemos chamá-la assim?), em determinados espetáculos (?), na mente de uma pessoa...
Uma obra pornográfica é:
algo bruto,
não lapidado,
grosseiro,
agressivo,
algo que se apresenta “nu e cru”,
vai direto ao “assunto”,
o lado animal do ser humano,
o grotesco,
a exploração sexual ...
É algo devasso,
é apelativo,
é de mau gosto,
é tosco,
é escancarado,
é obsceno,
é explícito ...
Pode nos causar aversão!
O erotismo pode estar presente em um filme (com um forte apelo sensual, que delicia ...), em uma obra literária (que nos sensibiliza), em uma peça de teatro (que nos arrebata), em uma obra de arte (que nos encanta), na mente e sentidos de uma pessoa ...
Uma obra erótica é:
algo sensual,
implícito,
voluptuoso,
delicado,
sensível,
traz um prazer delicioso,
que vem aos poucos e,
por isso mesmo,
é mais intenso...
A sensação de prazer se prolonga...
O erótico nos embala,
nos sugere,
nos conduz,
de uma forma leve,
mas firme.
O erótico é Belo
e
pode nos deleitar!
Não há como não se encantar com obras como “O Beijo”, a escultura de Rodin ou “O Beijo”, a pintura de Gustav Klimt.
Sétimo encontro (22-11-2008)
A lista de palavras foi a seguinte:
O resultado vocês conferem em "Produções - Lupanar".
sábado, 29 de novembro de 2008
Eros, o último que morre

domingo, 23 de novembro de 2008
Sexto encontro (15-11-2008)
sábado, 22 de novembro de 2008
Erotismo em Canova
Trabalhou a convite de mecenas em diversos países europeus, como Alemanha, Inglaterra, Espanha, França, onde recebeu o convite de Napoleão para esculpir sua estátua e a de sua irmã, Paolina Borghese. Existem tradicionalmente anedotas sobre as duas: Canova fez uma escultura em bronze de Napoleão, retratando-o como o Deus Apolo, mas Napoleão não gostou da idéia de ser retratado nu e recusou a obra. Então, Canova levou-a de volta para a Itália, onde foi colocada no pátio do Palazzo de Brera em Milão. Já a escultura de Paolina Borghese (1805-1808), apesar de ela ter pousado seminua, foi aprovada por seu marido, Príncipe Borghese, e está até hoje na Galeria do Palazzo Borghese, em Roma. Dizem que o formato da primeira taça arredondada de champanhe foi moldado no seio dela (na escultura).
Outra obra muito famosa sua é Amore e Psiche*, de 1793, a qual retrata Eros aproximando-se de Psique adormecida para despertá-la com um beijo.
A grande fama de Canova deve-se à sua rejeição aos excessos de musculatura, até então herdados dos escultores gregos, e sua grande mestria na escolha dos mármores mais brancos, sem estrias, arte dificílima, pois os grandes blocos não revelam eventuais defeitos em seu interior.
*Consulte o mito de Psique em Leitura Complementar.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Quinto encontro (08-11-2008)
Maior que o meu, portanto masculino,
ainda que pertença a algum menino,
suado até, por tudo quanto é poro.
Fedido de chulé: nunca inodoro.
Sapato ou bota: em couro nada fino.
Assim, folgado e sádico, o imagino,
igual aos que da infância rememoro.
Mais longo o indicador que o polegar,
na planta é plano, e não do tipo cavo.
Percebem onde, enfim, quero chegar?
O pé que idealizo, beijo e lavo
na língua, no tesão, no paladar,
é aquele que me trata como escravo.
derme de plumas, úmida
suculenta
morfou-se vulva de pedra
glácea
suspiro que seja bélico
suspeito que seja eclipse
som surdo:
música em seu corpo
sem partitura,
gentil veneno sem bula
faca de dois beijos
lânguida lâmina
de pelos e plasmas
túnel de lava faminta
cercada de seixos pudicos
amianto de fogo prata
na sólida disciplina de algoz
prisioneiro de sua pele seda: sou
enforco-me no casulo letal
da mel retina em sua guarda
os emblemas do vício
açoitam a ausência
deslizar de dedos
por quilômetros intensos
de tensão insaciável
de repulsa violenta
carnal
trombetas de mil pontas
dilaceram a libido
e tocam a balada
mordaz de um faminto
que se farta
de agonia
derme de plumas, úmida
suculenta
banquete de orgias gregas
petisco da imagem
só, projetada em vídeo
céfalovirtual
alquimia letal
de ouro e cicuta
fuligem nos
escombros do
b e l o
derramo-me tórrido
no unicorpus: nós
clitóris
ponta de lança
carne letal
broa de sangue
banquete barato
forca
e toda libido
intrínseca
num só silêncio
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
PILLOW BOOK (O livro de cabeceira)
Querer vingar o pai foi – também – a forma que ela procurava para libertar-se dele. Há um momento em que ela, criança, percebe que o pai também usava sexualmente os “mensageiros”. Desencantada pelo pouco caso que o marido dava às suas preferências sexuais (o incêndio dos papéis que agora passa a lhe parecer sacrilégio), ela foge de Kyoto - cidade de templos e religião, sim, mas principalmente de indústrias áridas – para Hongkong. Por que Hongkong? Ainda não é China na intenção do cineasta. É lá que surge em Nagiko a tentativa de cosmopolizar-se, aprender outros idiomas, “caligrafar” - como redescoberta de arte pura - em outras línguas. Entrando no “mundo”, (Hongkong era para ela o mundo no sentido internacional) ela está decidida a liberar-se daquela opressiva obsessão: confundir-se com seres humanos “estrangeiros” que trabalham e produzem, mas que mantém no íntimo (ela acha) o prazer daquela arte como mera arte. Os telefones, a datilografia em ideogramas (máquina complicadíssima que acaba na privada), os bares noturnos. Duvidosa é a existência de bares – ou outro tipo de locais – onde há espaço, e clientela, para a pintura de corpos. Poderia ser um bordel: lá tudo é permitido, bastaria levar seu próprio kit...
É lá que Nagiko parece querer abstrair-se do seu prazer pessoal em ser caligrafada, para começar a querer ver (ela é voyeur sim...), descobrir e “sentir” se os outros exalariam o mesmo prazer sexual ao serem caligrafados por ela ou por outrem. Para fazer isso, ela começar a se deixar caligrafar por escrevinhadores (para tentar “congelar” seu hábito de prazer), até encontrar Jerome, que primeiro ela rejeita, desprezando a qualidade de sua pele, para depois aceitar o desafio do jovem inglês, intrigado por aquela exaltação. Raça dominante, num minúsculo território de cultura anônima depois de centenas de anos de protetorado inglês, Jerome, tão jovem, abre mão de sua superioridade ancestral e se ajoelha perante aquela arte versátil, sensual, arrebatadora. É aí que o amor carnal, numa seqüência de imagens eróticas, dignas de kama-sutra-ad-infinitum, irrompe de forma tão definitiva que veste-se de sentimento, de amor, de espiritualidade. É lá que adquirem significado as cenas de carne jogada ao lixo: primeiro como rejeição da carne (não da pele), inapta à arte, e depois como obliteração dos prazeres da carne suplantados pela ascensão do amor às mais altas esferas do romantismo. Naquela rendição incondicional, Jerome chega a prestar-se como serviçal, levando os textos dela a editores que tinham o hábito, como o pai dela, de usar sexualmente os mensageiros.
O cineasta poderia ter evitado a menção de Shakespeare: as pílulas mortíferas, fornecidas por um amigo ocasional, teriam sido eficazes sem semear no íntimo do espectador a expectativa de um suicídio a dois, banalizando naquele momento uma estória que até aquele momento estava sublimada por uma cultura acima de qualquer sugestão ocidental. Resta a ver se o cineasta o fez por livre e espontânea vontade ou se a “citação” consta do livro (diário) da autora. Se esta última hipótese é a verdadeira, poderia ela ser atribuída à vontade de Nagiko de ocidentalizar-se? Aquela vontade era tão forte assim? Se era, está explicada a ansiedade dela de livrar-se de um prazer sexual tão oriental. Entretanto a forma como a tragédia shakespeariana entra no filme soou barato.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Para Eros, com saudades... (o Viagra desnecessário)
Terror diante da morte do corpo.
Mas eis que ele morre e percebo a beleza do espírito.
Posso olhar o mundo com outros olhos.
Confesso que sinto saudades; melhor ainda: sinto falta do prazer.
Mas vejo como é bom afagar-te com o tato
Vejo como é bom o contato da tua pele.
O tempo poupou-nos.
A mim, os sentidos
A ti, toda a beleza
E só agora, no fim da vida,
coberto de neve,
eu que sempre acreditei possuir-te
Agora, aperreado do instinto
mas com o coração em chamas, posso, enfim
Ter-te.
Primavera de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A proposta da oficina é incentivar jovens e adultos a produzir textos e a refletir sobre sua maneira de escrever. Neste sentido,a oficina desmistificará o ato da escrita transformando-a num processo centrado na reflexão sobre o assunto, sobre a forma textual adotada, sobre o papel do leitor e sobre o encadeamento das idéias.
Aprendendo a escrever melhor e a ler mais crítica e atentamente, é reforçada nos participantes a sua cidadania e sua auto-estima, permitindo que atuem mais ativamente na sociedade.
O Escrevivendo existe há três anos na Casa das Rosas- Espaço Haroldo de Campos de Poesia eLiteratura- e também já foi ministrado durante um ano na Biblioteca Temática de Poesia Alceu Amoroso Lima. Como resultado, somos uma espécie de família hospitaleira que adora receber novos escreviventes.
A partir de agosto de 2008, passei de mediadora a coordenadora do projeto Escrevivendo. Como mediadores, alunos de licenciatura da Fe/USP (Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa- em parceria com a Professora Doutora Neide Luzia de Rezende). Desta forma, demos um passo em direção à grande demanda por oficinas de escrita e leitura em São Paulo.
Quanto à interface para a blogagem, desenvolvo um projeto de pesquisa e pretendo, neste trabalho experimental com o blog - ferramenta de novas tecnologias de informação e comunicação- em parceria com a comunidade CIAM , de Marilia, verificar se será efetivo o uso da blogagem tanto entre mediadores e redatores participantes desta oficina quanto entre possíveis escreviventes que não possam estar presentes fisicamente conosco.
Bem-vindos!
Karen Kipnis
J.L.Borges e algumas de suas classificações
El idioma analítico de John Wilkins [fragmento]
(b) embalsamados,
(c) amaestrados ,
(d) lechones,
(e) sirenas,
(f) fabulosos,
(g) perros sueltos,
(h) incluidos en esta clasificacion,
(i) que se agitan como locos,
(j) innumerables,
(k) dibujados con un pincel finisimo de pelo de camello,
(l) etcetera,
(m) que acaban de romper el jarron,
(n) que de lejos parecen moscas.
Jorge Luís Borges
3º encontro - Breve explicação de Karen
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Quarto encontro (01-11-2008)
Já chegamos à metade deste nosso módulo Escrevivendo Memórias Eróticas, que a cada dia fica mais interessante, pelo menos para nós, mediadoras. Esses dias, passando pelo blog da Sandra Schamas, reli o texto "Orgia literária ou prazeres do texto grupal" e me emocionei novamente. Trata-se de texto de transição entre o módulo anterior - Escrevivendo Memórias de Amor - e este. Acessem: http://sschamas.blogspot.com/ e deleitem-se.
Hoje foi dia de leitura das últimas produções, de compartilhar textos dos escreviventes. Adoramos esse momento, pelo qual esperamos ansiosamente, roendo as unhas, ainda mais para saber o que vai sair da proposta feita. Alguns textos pudemos conhecer durante a semana, uma vez que muitos escreviventes conseguiram fazer sua primeira versão e nos mandar por e-mail. Ainda assim, aguardávamos a leitura deles em grupo e as reações de sua primeira recepção. Tal momento é impactante e único.
(...) pois, antes de se afastarem dali, mais de uma vez elas quiseram constatar como o mudo sabia cavalgar. (p. 121)
Um dos escreviventes, a Bruna, nos chama a atenção para o fato de, nesse trecho, o mudo satisfazer as duas freiras ao mesmo tempo:
"As duas jovens investigaram bem, por todos os lados; comprovaram que de nenhuma parte podiam ser vistas; a mais audaciosa, que iniciara a conversa a respeito de Masetto, despertou-o; e ele logo se pôs de pé; a freira segurou uma de suas mãos; fez-lhe algum carinho; e ele rindo, de tempos a tempos, como se fora um perfeito idiota, deixou-se conduzir ao caramanchão, onde, sem ser muito empenhado, fez o que ela queria que ele fizesse. A jovem, como companheira leal, assim que recebeu o que queria receber, cedeu seu posta à outra; e Masetto, mesmo continuando a parecer simplório, fez a vontade das duas; pois, antes de se afastarem dali, mais de uma vez elas quiseram constatar como o mudo sabia cavalgar. Em seguida, ambas, conversando a esse respeito, reconheceram que aquilo de fato era coisa deliciosa - e muito mais deliciosa do que tinham ouvido afirmar." (p. 121)
Entretanto, nossos participantes não chegaram a apontar elementos do texto que ilustrassem aquele dizer velado, o que, após provocá-los e deixá-los com a pulga atrás da orelha, revelamos. Trata-se de algumas passagens simples, como:
1. "(...) a freira segurou uma de suas mãos; fez-lhe algum carinho; e ele rindo, de tempos a tempos, como se fora um perfeito idiota, deixou-se conduzir ao caramanchão, onde, sem ser muito empenhado, fez 0 que ela queria que ele fizesse. A jovem, como companheira leal, assim que recebeu 0 que queria receber, cedeu seu posta à outra; e Masetto, mesmo continuando a parecer simplório, fez a vontade das duas; pois, antes de se afastarem dali, mais de urna vez elas quiseram constatar como o mudo sabia cavalgar. Em seguida, ambas, conversando a esse respeito, reconheceram que aquilo de fato era coisa deliciosa - e muito mais deliciosa do que tinham ouvido afirmar. Dali por diante, pois, sempre aguardando 0 momento azado, passaram a divertir-se com o mudo." (p. 121)
2. "(...) concordaram em que seria melhor elas partilharem do generoso poder de Masetto. (p. 122)."
3. "Então, com unânime consentimento, pondo-se às claras aos olhos de todas o que por todas fora praticado as escondidas (...)". (p. 122)
Concluímos essa discussão conversando sobre as potencialidades do leitor, que é capaz de captar muito mais do que está escrito no texto, dependendo, em grande parte, de suas experiências e de seu repertório. Dessa forma, na linguagem deve estar a consideração do autor pelo seu leitor, o qual não deve nunca ser menosprezado.
Voltando às leituras das produções dos escreviventes, estas se estenderam até o fim do encontro, entremeadas de muita polêmica. O primeiro texto lido, o do Paulo, gerou muitos comentários acerca da linguagem erótica ou pornográfica. Houve muitas críticas, mas os escreviventes se lembraram de que 1. o Escrevivendo é um espaço para se discutir a linguagem escrita e 2. a recepção dos leitores é muito individual. "Quem dá a medida do erótico ou do pornográfico somos nós mesmos, de acordo com nossos valores, nossas experiências", disse a Mafuane; assim, a linguagem obscena pode agradar a leitores que não se contentam com a sutileza de Tolstói, por exemplo, em Anna Kariênina. Após a reescrita, cremos que o Paulo autorizará a publicação de seu texto aqui no blog.
Quanto à proposta (v. "Segundo encontro", nesta seção), parece que, no geral, conseguimos nos fazer entender. Temos de levar em consideração que muitos de nossos escreviventes assumem-se "rebeldes", recusando-se a qualquer tipo de engessamento, mesmo que seja somente uma sugestão. Se não houvesse proposta nenhuma, apostamos, seríamos questionados sobre ela. Ai, esses autores...
Comentários dos escreviventes sobre os quais vale a pena se pensar:
"O pornográfico fere".
"Os poetas são mais eróticos".
Anotamos muitos dos comentários aos textos, mas pensamos ser melhor postá-los à medida que os textos forem publicados aqui, uma vez que vocês que estão lendo este texto não teriam os textos citados em mãos - ou em tela...
No próximo encontro, receberemos os valiosos Glauco Mattoso, Donny (poetas) e Walter José (filósofo e cineasta) para um debate sobre erotismo e pornografia. Será permitido levar convidados. Durante a semana, os escreviventes terão contato com a obra desses importantes artistas e já formularão questões para as provocações. Nós, mediadoras, estamos ansiosas e vamos tietar!!!!
Abraço a todos,
Loreta
1. BOCCACCIO, Giovanni. Decamerão. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Nova Cultural, 2003. p.119-123.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Terceiro encontro (25-10-2008)


Após a exibição do filme para a turma, fizemos um rapidíssimo intervalo e passamos a discutir o filme. Antes de dar nossa leitura, quisemos, como sempre, ouvir os escreviventes, cuja sensibilidade e senso crítico são tão apurados. Muitos gostaram dele, muitos não gostaram, mas certamente todos o estranharam muito. Posto que o estranhamento (ostraiênie) - como diria Chklóvski (1) em seu ensaio "A arte como procedimento" (2) -, é próprio da arte, teríamos, então, de saber por meio de que elementos o diretor o logrou, o que levaria também à discussão sobre os elementos eróticos do filme.



sábado, 25 de outubro de 2008
Sobre ' O Livro de Cabeceira', inspirado no Diário de Sei Shonagon
Fragmento do blogue 'O cinema do mundo', de Rhadi Nascimento
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Amor - pois que é palavra essencial
AMOR - POIS QUE É PALAVRA ESSENCIAL (1)
Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
1. ANDRADE, Carlos Drummond. O amor natural. São Paulo: Círculo do Livro, 1992.
Budapeste
Kriska se despiu inesperadamente, e eu nunca tinha visto corpo tão branco em minha vida. Era tão branca toda a sua pele que eu não saberia como pega-lá, onde instalar as minhas mãos. Branca, branca, branca, eu dizia, bela, bela, bela, era pobre meu vocabulário. Depois de contemplá-la um tanto, desejei apenas roçar seus seios, seus pequenos mamilos rosados, mas eu ainda não tinha aprendido a pedir as coisas. Nem ousaria dar um passo sem o seu consentimento, sendo Kriska uma amante da disciplina. (...)
Aí ela tirou pela cabeça o vestido tipo maria-mijona, não tinha nada por baixo, e fiquei desnorteado com tamanha brancura. Por um segundo imaginei que ela não fosse uma mulher para se tocar aqui ou ali, mas que me desafiasse a tocar de uma só vez a pele inteira. Até receei que naquele segundo ela dissesse: me possui, me faz amor, me come, me fode, me estraçalha, como será que as húngaras dizem essas coisas?” (...)
1. BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Segundo encontro (18-10-2008)
Poemas incandescentes
"O sexo é algo que aguça e move tudo em nós." Aretino
I
No abraço do reencontro
Com o coração tonto de prazer e os corpos em chama,
Lutaram tanto e com tamanho empenho que,
Quando, finalmente, foram para a cama
Não havia mais nada a fazer
II
Ismália, a que da janela via duas luas ( uma, no céu; outra, no mar)
Nua, sob o véu de noiva,
Quando viu o firmamento pela primeira vez
Nem precisou olhar o céu